Mulheres contam histórias inspiradoras que conciliam o esporte e maternidade 09/05/2021 - 13:51

Para celebrar o Dia das Mães, essa reportagem apresenta a história de mulheres que conciliaram a maternidade com a vida ligada ao esporte, seja exercendo carreira, vivenciando ou compartilhando as conquistas dos seus filhos.


 

PAPEL DE MÃE - A exemplo da história da família Carneiro. As gêmeas da natação paralímpica Beatriz e Débora perderam a mãe biológica, falecida. Uma história com momentos de muita tristeza no início e que levou o pai, Eraldo, a assumir duplo papel na criação. Em 2010, quando as filhas já estavam com 12 anos, ele conheceu Mônica. A então namorada do pai foi acolhida pela família e com o passar do tempo assumiu não apenas o papel de mãe, mas também de assessora esportiva. "Eu tentei ter filhos biológicos, não consegui, mas eu falo que Deus me deu duas filhas prontas. Eu as amo e elas me amam". Devido à deficiência intelectual das meninas, Mônica e Eraldo decidiram que elas fariam um esporte e foi aí que a natação entrou na vida dos quatro. "Colocamos as gêmeas para encarar o mundo e suas dificuldades, e hoje, elas são nadadoras profissionais. Beatriz foi a quinta melhor do mundo nos Jogos Paralímpicos na Rio 2016 e, em 2019, juntas elas competiram no Parapan-Americano de Lima, onde a Débora bateu recorde e foi ouro e Beatriz levou a prata. Uma dobradinha histórica e emocionante", conta Mônica. Uma história tríplice, de duas mães e um pai que por muito tempo se desdobrou no papel, e que mostra que o amor e o esporte são capazes de alargar fronteiras.

 

A LUTA CONTINUA - Como na história da família Carneiro, em muitas outras o esporte se mostra como a escolha acertada para ajudar na recuperação da saúde do filho. Marilza Akemi Motta é mãe do karateca Lucas Sakaue, que, segundo ela, sempre foi um garoto agitado. Algo que conflitava com a bronquite, diagnosticada na infância. "Devido o diagnóstico eu resolvi buscar um esporte para ele. Escolhemos então o karatê, que hoje se tornou fundamental para a vida dele", conta Akemi. Com seu instinto de mãe, Akemi declara que, quando seu filho vai para torneios, o coração fica apertado. "Eu organizo as malas com muito amor, mas sempre pedindo proteção a Deus e que ele consiga fazer o melhor na competição”, revela. Mas nem sempre o melhor acontece: “Quando o resultado não é o esperado, ele chega em casa eu o abraço e continuamos juntos e firmes nos treinos, porque a luta sempre continua", finaliza emocionada.


 

DO COLO DA MÃE PARA O MUNDO - Essa história de superação vem de São José dos Pinhais. A dona Maria Rute da Silva Santos é mãe em tempo integral do paratleta Juan Santos, que nasceu com glaucoma congênito. Com apenas setes anos ele perdeu a visão no olho esquerdo e aos 15 teve descolamento da retina no olho direito, que o fez perder os vinte porcento de visão que restavam. "Eu perdi o chão, mas eu tinha que encarar essa situação por ele. Com muito cuidado o oftalmologista me orientou a procurar um esporte adaptado”. Após experimentarem a natação, Rute conta, que o filho virou sucesso nas piscinas. Em 2018, Juan recebeu a oportunidade de disputar seus primeiros Jogos Escolares do Paraná. A reação da mãe protetora? "Eu deixo ele ir, mas se eu for junto". Ela embarcou no desafio com o filho Juan e juntos trouxeram três medalhas de ouro de Apucarana, onde o evento foi realizado. "Mas, meu maior prêmio na vida é ter o Juan como meu filho", crava.


 

MÃE, ATLETA E TÉCNICA - Entre espadas, floretes, fraldas, mamadeira e sabres. Essa é a história da apaixonada pela esgrima, Tabea Alves, que desde criança aprendeu a ajudar o próximo e dentro do esporte ela buscou fazer a diferença. Hoje é também técnica de esgrima em cadeira de rodas e luta muito pela sua modalidade. Contudo ela só soube o verdadeiro significado de amor com a chegada do pequeno Kalel. "Foi desafiador para mim, porque sou atleta, sou técnica e a maternidade chegou. Desde seus primeiros meses de vida, ele já me acompanhou nas competições e é a minha maior força, ganhei um parceiro no esporte", conta Tabea. Kalel já viajou o mundo no colo da mãe e Tabea Alves já colocou no coração do filho o amor pelo esporte que transforma a vida de tantas pessoas.


 

TAL MÃE, TAL FILHA - A sensei Dyene Garret, ao ser mãe, não imaginou que a filha trilharia o seu mesmo caminho. Afinal, Brenda Garret, desde pequena já demonstrava talento e força no tatame. Treinada pelos seus pais, os senseis Dyene e Anderson Garret, disputou sua primeira competição aos seis anos. A mãe é um dos pilares para que a filha não desista dos seus sonhos. "Eu sou treinadora e mãe dela, então, quando estamos treinando, eu sou exigente como técnica para que ela sempre cresça em sua modalidade. Como mãe, eu sou aquela que estará sempre ao seu lado", finaliza.

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